quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Jorge Coli - O que é arte

Um livro designado aos que não possuem conhecimentos no campo das artes. Junto do livro "História da arte" de Ernst Gombrich (outro livro que - mesmo que não tenha terminado de lê-lo - indico a leitura) formam um sólido patamar para se obter informações e base para começar a compreender uma obra de arte ou uma manifestação artística.

Focando de volta ao livro primeiramente citado, Coli tenta, audociasamente, exprimir em poucas páginas não só o conceito de uma obra de arte, mas uma breve introdução à crítica artística, à denominação de o que é arte e o que não é. Ao longo do livro discute sobre alguns poucos quadros que são mais relevantes para a discussão do momento e em nenhum momento se aprofunda sobre o assunto "arte", coisa que será feita com maestria em "História social da arte e da literatura" escrito por Arnold Hauser. Mais próximo do fim do livro, depois de uma breve denominação sobre o que é arte começa a discutir sobre artistas que tentam quebrar o paradigma envoltos no discurso artístico. Estes se referem às obras de arte só serem consideradas assim por estarem em uma coleção de algum museu ou algo do gênero.

A coleção primeiros passos, à qual o livro pertence - e por isso a pouca profundidade do assunto, pois são primeiros passos - é muito interessante e merece merece ser percebida e destacada de diversos livros introdutórios sobre os assuntos.

Dialética entre as gerações .

Enquanto o mundo cai em política e em discussões sobre todo o parecer de uma juventude, que ainda não faz ideia, mas que será nomeada pela causa do mal e todos esses nomes maus, surgiu-me a ideia sobre uma teoria, bem fantasiada, ainda, infelizmente, porém achei interessante e compartilhá-la-ei.

Se dentro do conhecimento existissem linhas mestras que guiassem os estudos, como isso seria? Claro que deveriam ser bem estudadas e trabalhadas, sem contar, óbvio, no grande número de probabilidades que não podemos prever. Essas linhas seriam impossíveis. Contudo, se para cada geração que se renova novos paradigmas estão envolvendo seus mundos, poderíamos, então, imaginar que seria mais útil para o conhecimento se a cada passagem de tempo (não sei ao certo quanto tempo seria necessário, mas que é preciso essa pausa de uma edição da outra, isso o é) fossem feitas garimpagens sobre pesquisas  e teorias em todos os campos do conhecimento com fim úinico e exclusivo da criação de novas enciclopédias que conterão todos os assuntos trabalhados.

Sei que a ideia ainda é primária, que deve ser trabalhada e estudada arduamente. Entretanto, se existir uma linha guia do conhecimento e o mesmo for mais focado, mais centrado, mais capaz de organização, mais "rotinado" e, depois disso ele fosse descentralizado, talvez, nesse momento ideal, teríamos um maior acesso à varias áreas do conhecimento de uma só vez. E com a profundidade que poucos possuem.

Pra essa ideia batizo com o nome "Dialética entre as gerações", pois uma conversará com a outra continuamente. Uma abstrairá novos conceitos e a outra os englobará e os dará diversos sentidos e utilidades.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Resenha do filme "Elephant" .

O filme “Elephant”, dirigido por Gus Van Sant, causa polêmica em muitas das esferas cinematográficas. Começando pelo próprio nome, que traz uma questão filosófica sobre pontos de vista. O nome, provavelmente, provém de uma parábola budista. Na qual existem três cegos e um elefante, cada cego examina apenas com o tato uma dada parte do animal. Ao terminarem, todos os três convergem à conclusões inexatas sobre o animal. Podemos transcriptar a mensagem dessa parábola oriental trazendo-a para o mundo ocidental: o estudo da Gestalt nos diz que ao olharmos algum texto, ou alguma imagem, a soma de todos os elementos é maior que o número de elementos. Ou seja, em um texto que haja diversos pontos de vista, a soma de todos eles é maior que cada parte excluída. Portanto, os cegos deveriam ter se juntado e compartilhado seus pensamentos sobre o animal, para que pudessem chegar à conclusão mais precisa.

“Elephant” retrata o caso de uma escola em Columbine, U.S.A. Nela aconteceu praticamente um genocídio, no qual dois estudantes entraram na escola armados e assassinaram todos os que passaram em sua frente. O diretor não se importou em detalhar este acontecimento, ao contrário apenas nos mostra cenas longas de pessoas fazendo o que faziam cotidianamente. Poucos diálogos, e a maioria deles não incluem nada para o desfecho da história. Porém, em um certo momento do filme, em uma aula de química, o professor está explicando sobre o processo que alguns elementos ao serem aquecidos ganham alguma cor. Ele explica que a cor vem através de uma energia. E depois de algum tempo, o átomo volta a se estabilizar e perde a cor que tinha adquirido. Nesta mesma cena, enquanto o professor explica este fato, a câmera vai para o fundo da sala e mostra um aluno sofrendo “bullying”.

Pode-se inferir nesta passagem o seguinte: Um garoto sofrendo “bullying” é como um átomo recebendo energia, e quando tem energia o suficiente ele mesmo muda seu próprio estado e se transforma por um tempo em “outra pessoa”. Esta nova pessoa, pode ser um assassino, ou pode sofrer de outro problema psicológico, contudo, no filme, percebemos o assassino sendo formado. Para além destas pequenas inferências, o filme procura ser o mais impessoal possível, pois não possui hora nem data. Conotando que este mesmo fato pode ocorrer em qualquer escola e em qualquer lugar. Os próprios atores, são atores não profissionais, são, na verdade, alunos da escola em que ocorreu o massacre. Desta forma, o diretor mostra que não somente se preocupou em contar uma história impessoal, mas que, também, quis usar rostos desconhecidos e que beiram a realidade e a espontaneidade.

Por fim, alguns temas deste filme, acabam sendo recorrentes pelo diretor, como a homossexualidade e os jovens. É provável que o diretor use disso para demonstrar um retrato que ele próprio possui do mundo. Ou do mundo que virá, ao passo que jovens tornam-se adultos.

A Idade Média.

"Tudo no mundo começou com um sim" disse Clarice Lispector no livro "A hora da estrela". É preciso primeiro existir para somente depois se dar conta que se existe. E depois, ainda, tentar negar o que se precedeu. Toda a negação é, na verdade, uma forma de caracterizar e de enquadrar. Com um argumento Kantiniano: damos sentido ao mundo e às coisas que nos circundam través da categorização, no espaço e no tempo, dos objetos, das pessoas e de tudo o que nos envolve.

Partindo desta premissa concluí que todas as manifestações artísticas da Idade Média estavam apenas procurando se encontrar, procurando atribuir sentidos e significados novos. Seja por conta da força que a religião possuía, seja por conta dos artistas, esse período tido como "idade das trevas", por causa das diversas invasões bárbaras, é de suma relevância para os fatos que ocorrem após ele mesmo.

Uma dicotomia interessante deste passar da história é justamente a peregrinação. Ao passo que os monges viajavam para as terras mais distantes disseminando seu conhecimento e, principalmente, sua fé. Eles também eram influenciados pelas outras culturas. A partir do momento que se tem outras visões sobre o que você conhece, há um choque cultural. Um choque de valores. Um homem daquele período certamente não consegue lidar com diferentes culturas, afinal foi sempre estimulado a apenas entender Deus de uma maneira única; maniqueísmo puro da Igreja que controla este ser. Porém, no momento em que descobre novas maneiras de se ver o mundo, há duas possibilidades: a aceitação ou a negação.

A aceitação é o relevar das coisas, é o continuar fazendo como se fazia. Ao passo que a negação é a inovação. Nega-se o movimento anterior para se estabelecer novos paradigmas e novas medidas. A Idade Média foi mais do que esperamos dela. Foi um "adolescentismo", uma fase de amadurecer as ideias e o pensamento como um todo, de forma que fosse capaz (e o foi) de preparar o terreno, deixando-o propício para o novo sintagma que surgia: a Renascença.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O que te faz pensar?

As sinapses explodem numa nuvem de descargas elétricas. Todo o pensamento atravessa um turbilhão eltétrico. Engraçado; da faísca surge o pensamento. A eletricidade gera ideias. Conceitos. Cultura. Complexos. Arte. Vida. Morte. Pensar, pelo próprio fato de questionar, já é mais que simplesmente viver. Mais que um animal que passa por processos de produção de conhecimento parecidos com os nossos. Produzimos só pelo fato de se articular sobre. Há uma ligação Homem-Eletricidade mais forte do que se é pensado. Sem eletricidade não pensamos, não vivemos. Viver é pensar sobre o cotidiano, agir e refletir através do conhecimento que se é produzido. O Racionalismo puro destrói nossa subjetividade. Porém, esta necessita ser tangibilizada, alcançada pelo nosso conhecimento do longe.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Descartes - Discurso do método.

Não há outra forma para descrever a pessoa que foi Descartes, senão como um legítimo visionário. Pessoa que consegue enxergar além do seu tempo, farol da raça, como preferir chamá-lo. Com tanto conteúdo em seu texto, fica complicado especificar sua área atuante. Contudo, neste discurso, é evidente a maior preocupação do autor: explicar qual a metodologia usada para suas pesquisas.

Ela consiste, basicamente, de premissas simples. Uma delas é a de, enquanto se está quebrando uma casa (metáfora para "destruindo um conceito enraizado em si"), é necessária outra estadia, que esteja calma e que não haja perturbações do meio em que se vive. Esta, deve ser contemplada de uma razão simplória, medíocre (que está na média), sem contradições com o governo vigente ou com ideologias dentro do senso comum. Dessa forma, com algumas outras especificações, Descartes acredita que se é possível chegar à uma verdade sólida sobre o que se pesquisa.

A forma da escrita Descartiana, como pude perceber, é bem parecida com o modelo de sua época (e até mesmo anterior a ele). Esta forma é o discurso escrito; posto que lê-se como se ele estivesse proclamando estas palavras. É possível perceber tal maneira escrita em Proudhon. Pode ser que fosse comum apenas transcrever o discurso, ou que a única maneira que conseguiam expressar seu conhecimento científico fosse este: pessoal, subjetivo e em primeira pessoa. Tal maneira de escrever o discurso está atrelado ao jeito pelo qual se expressa um pensamento. Afinal, pensamos textos discursados, para somente depois disso estruturá-los em terceira pessoa, ou outra forma qualquer que seja.

Após uma reflexão simples, é possível compreender, de fato, o porquê de se idolatrar tanto este personagem histórico. Com muitas descobertas e invenções, Descartes firma seu conhecimento séculos após sua morte. Está aí um exímio pensador.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Monteiro Lobato - Reinações de Narizinho

Começando pelo fato de ser um clássico no âmbito da literatura nacional. O primeiro livro da série "O sítio do pica-pau amarelo" é simplesmente fantástico e único, uma leitura destinada ao público infantil, porém com muitos valores e disseminações culturais dentro das histórias. A imaginação se faz presente ao longo da peça literária e não é possível compreender completa e profundamente tudo o que é posto na obra sem usufruirmos da mesma.

"Não há nada mais perigoso que semente de ciência", eis aí uma pequena amostra de alfinetada completamente irônica e sarcástica que Monteiro Lobato cria, demonstrando que o espectro de público que pode ler e realmente se deliciar com o livro é maior do que só o infantil. "Felicidade, teu nome é juventude" argumento mais filosófico, mas é outra demonstração de que não são só crianças que conseguem tirar bons frutos desta leitura.

Enfim, livro que aconselho (se é que sou alguém muito importante para aconselhar) a todos lerem. Realmente explendoroso. Agora faltam os outro quatorze livros para concretizar a imagem de Monteiro Lobato em minha concecpção.